O método de reaproveitar resíduos orgânicos para fazer compostagem e o desenvolvimento da agricultura urbana foi reconhecido, na Alemanha, como uma das 15 práticas excepcionais em agroecologia do mundo. A iniciativa, originalmente brasileira, é conhecida como Revolução dos Baldinhos e foi desenvolvida com o apoio do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (CEPAGRO), de Florianópolis (SC).
A iniciativa foi a única representante do Brasil na premiação do Fórum Global de Alimentação e Agricultura, realizada em janeiro, durante a Semana Verde Internacional, em Berlim. O concurso foi promovido pelo World Future Council (WFC), que escolheu, entre 77 indicações, de 44 países, práticas que promovem a transição para a agroecologia do Sul do globo e que atingiram os critérios de agroecologia desenvolvidos pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Os escolhidos são projetos, programas, empresas sociais e organizações não-governamentais ligadas à alimentação sustentável.
A Revolução dos Baldinhos teve início em 2008, na comunidade Chico Mendes, região continental de Florianópolis, para resolver um problema grave de contaminação de doenças pelo manejo incorreto do lixo e que ocasionou na infestação de ratos – incluindo a morte de pessoas por doenças. O saldo do trabalho realizado por meio da gestão comunitária de resíduos e da compostagem foi a redução do número de doenças, higienização das ruas e o envolvimento da comunidade. A iniciativa sensibiliza as famílias para a reciclagem das sobras de comida e as transforma em composto orgânico, disseminando o plantio como promoção da saúde e alimentação saudável.
Por ser reconhecida como tecnologia social, a Revolução dos Baldinhos passou a integrar o Banco de Tecnologias Sociais da Fundação BB, para que a metodologia possa ser reaplicada em qualquer localidade do Brasil. A metodologia pode ser conferida neste site.