UFF desenvolve prótese dentária de baixo custo

jul 9, 2019Notícias, Tecnologia Social

O sorriso é algo tão natural que não se pensa muito sobre isso até o dia em que ele muda. Perda de dentes pode ser uma situação muito difícil e abala a autoestima, podendo até alterar a fala. Além disso, afeta também a alimentação, pois a mastigação é comprometida. O processo de adaptação para a utilização de próteses móveis também não é simples. As próteses fixas, por outro lado, além de caras, não são indicadas para todos os casos. Com todas essas preocupações, 

Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBFP) desenvolveram uma prótese de alta eficiência e também de baixo custo para facilitar o acesso dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) ao tratamento. A iniciativa surge de preocupações decorrentes da perda de dentes, que abala desde a autoestima, podendo até alterar a fala. Além disso, afeta também a alimentação, pois a mastigação é comprometida. O processo de adaptação para a utilização de próteses móveis também não é simples. As próteses fixas, por outro lado, além de caras, não são indicadas para todos os casos.

Os testes do material foram realizados inicialmente em células no Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), sob a coordenação do pesquisador José Mauro Granjeiro e, posteriormente na UFF, sob a coordenação do professor Gutemberg Gomes Alves. Em seguida, foram realizados testes no Laboratório de Experimentação Animal da UFF, com supervisão do professor Rodrigo Resende. Com resultados positivos e seguros, finalmente os testes clínicos (em humanos) foram iniciados. 

Sob a coordenação da professora Monica Calasans, os testes em humanos tiveram como pré-requisito a total ausência de dentes nos participantes. “Todos os participantes de pesquisa foram reabilitados proteticamente e o resultado foi muito surpreendente, pois a solução para a ausência dos dentes foi mais importante do ponto de vista estético e de  convívio social do que da própria função mastigatória”, afirma a pesquisadora.

O apoio para a pesquisa veio por meio do edital Programa para o SUS: Gestão compartilhada em Saúde. Os recursos do PP SUS garantiram a ampliação do Laboratório Associado de Pesquisa Clínica em Odontologia (LPCO), o que permitiu que outros equipamentos fossem inseridos, como o EXAKT System Germany, adquirido com recursos da Rede de Bioengenharia do Estado do Rio de Janeiro. “Agora conseguimos analisar amostras de um tecido mineralizado sem a necessidade de realizar a desmineralização do material. Não só as pesquisas da UFF se beneficiaram, mas também pesquisas na UFRJ, CBPF, IME, Inmetro e outras instituições foram beneficiadas com este equipamento”, garante a coordenadora do trabalho.

Segundo Monica Calasans, os próximos passos da pesquisa, já com todos os testes realizados e com o depósito de patente encaminhado, será a transferência da tecnologia deste material para empresa privada e posterior comercialização.

Biomaterial para simular tecido ósseo

O material produzido é uma hidroxiapatita carbonatada nanoestrutura – material complexo utilizado para compostos biológicos, desenvolvido pelo CBPF e UFF, testado pelo Innmetro e pela UFF, sob a coordenação dos professores José Mauro Granjeiro e Monica Calasans. A hidroxiapatita é um fosfato de cálcio mais estável e indissolúvel em condições ambientes, muito usada para o desenvolvimento de materiais bioativos que simulem a composição do tecido ósseo, pois é capaz de induzir o crescimento desse tecido onde for aplicada. Nessa estrutura, é inserido o ácido carbono (deixando-a carbonatada) e, além disso, é nanoestruturada (materiais complexos em escala nanométrica).

Diferente dos materiais desenvolvidos atualmente no mercado nacional e internacional, essa hidroxiapatita carbonatada nanoestrutura é um biomaterial reabsorvível e permanece por longo período dentro da área implantada. Além disso, o formato de esferas, comprovadamente, reduz possíveis inflamações. O biomaterial foi testado com células, animais e humanas e não apresentou nenhum efeito adverso, com isso, até o momento, não apresenta contraindicações. 

Fonte: Projeto Colabora

Translate »
Skip to content