Replicadores de cuidados: a sensibilização do futuro profissional acerca do abuso sexual

abr 13, 2020Notícias

A experiência “Replicadores de cuidados: a sensibilização do futuro profissional acerca do abuso sexual” é realizada desde 2017, no Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional (ESR) da UFF, em Campos dos Goytacazes. É uma proposta metodológica em formato de curso, estruturado com rodas de conversa e técnicas de sensibilização sobre o tema do abuso sexual infantil. Com o objetivo de sensibilizar e capacitar o futuro docente ou psicólogo para o enfrentamento da violência sexual, já formou 100 alunos.

A professora Andréa Soutto Mayor, do Departamento de Psicologia de Campos (CPS) da UFF, coordenadora do projeto, destaca os impactos intensos vividos pelos alunos que participaram do curso e pela equipe organizadora, a partir do contato com as próprias concepções, que podem ser errôneas e excludentes, a respeito do Assédio Sexual Infantil. Andréa explica que

“A percepção sobre a intensidade do sofrimento das vítimas do ASI (Assédio Sexual Infantil) possibilita a construção de um olhar mais empático e humanizado sobre o outro, reconhecendo também a dificuldade nesse processo de identificação.” 

Como conta Camila Bahia, graduanda em Psicologia pela UFF e bolsista do projeto, a experiência de participar da organização e realização do curso de “Replicadores de cuidados” supera as expectativas e recebe feedbacks muito positivos dos participantes:

“Foram muitas semanas de preparação, que culminaram nas aulas, onde todos da equipe tiveram algum espaço de protagonismo. Durante os encontros, não só o conteúdo técnico apresentado, mas a troca de experiências e opiniões enriqueceram o debate fomentado.”

Tratar sobre o tema do Abuso Sexual Infantil envolve tabus e desconhecimento. Na primeira fase do projeto, foi estimulado o pensamento crítico e a separação entre dados científicos e senso comum, o que se mostra essencial para uma maior articulação do grupo, contribui Rosa Cristina, mestranda em Cognição e Linguagem pela UENF e também bolsista do projeto.

Os encontros de sensibilização, na segunda parte do projeto, são capazes de promover um diálogo interdisciplinar e o contato com realidades que podem estar distantes do ambiente acadêmico, destaca Rosa Cristina:

“Acredito que tanto os ouvintes quanto os participantes puderam aprofundar o conhecimento sobre o tema e também ampliar as possibilidades de enfrentamento nos casos de ASI (Assédio Sexual Infantil).”

Para além dos impactos que o projeto pode causar na sociedade construindo uma rede de ação no embate com o Assédio Sexual Infantil, as bolsistas do projeto destacam também a importância de suas próprias sensibilizações acerca do tema, servindo como fonte de inspiração para o desenvolvimento acadêmico, de habilidades de pesquisa científica e na superação de inseguranças pessoais.

A equipe organizadora, composta pela professora e pelas bolsistas, se disponibiliza para contato com os alunos em caso de dúvidas, além de compartilhar informações sobre as instituições públicas que prestam auxílio no caso de situações de abuso, finaliza Andréa.

A rede de Replicadores de cuidados busca o enfrentamento e o combate ao problema social do Abuso Sexual Infantil. A cada turma formada, mais profissionais são capacitados a lidar com essa questão tão delicada e importante, para que possam construir uma rede de apoio e diálogo às crianças e adolescentes que são vítimas de violência sexual, e também que possam atuar no combate à violência, para que outras crianças não sejam vítimas de Abuso Sexual Infantil.

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