
O “Jogo Educativo Colaborativo sobre Drogas de Abuso: PANE – Encontre a saída” é um jogo de tabuleiro, produto do trabalho do Núcleo de Pesquisa, Ensino, Divulgação e Extensão em Neurociências (NuPEDEN), do Instituto de Biologia da UFF, em Niterói. Utiliza conceitos e símbolos das Neurociências, de forma educativa, lúdica e com linguagem acessível, e busca contribuir, através da conscientização da população jovem sobre a ação de diferentes drogas de uso/abuso no sistema nervoso, para a melhoria da educação, da saúde pública e da qualidade de vida da população.
A professora Priscilla Oliveira Silva Bomfim, do Departamento de Neurobiologia da UFF, coordenadora do projeto, conta um pouco sobre o processo de construção do público-alvo do jogo, que é de crianças e adolescentes a partir dos 12 anos de idade. São levados em consideração dados da literatura e de entidades, como a UNESCO, que apontam a necessidade de se trabalhar a temática das drogas de abuso lícitas e ilícitas precocemente, e a grade curricular das escolas, que inserem noções sobre o sistema nervoso nessa faixa de idade.
A abordagem, através de um jogo, é pensada também como uma estratégia para o aprendizado, pois segundo Priscilla, “crianças e adolescentes, por natureza, gostam de brincar! E pra eles o “jogar” é como se estivessem “brincando”, para nós, professores e pesquisadores a “gameficação” do aprendizado envolve a aplicação das táticas de jogo, dentro de uma narrativa específica, para se atingir um objetivo que é aprender.”
“O uso/abuso de drogas é um dos maiores responsáveis pela evasão escolar no mundo todo. Se o aluno evade, leva consigo a possibilidade da melhora dos índices de desenvolvimento social.”, explica Priscilla. Para além de um jogo lúdico, interativo e educativo, o “Pane – encontre a saída” funciona como instrumento de conscientização social, incentivando o conhecimento e a reflexão crítica de crianças e adolescentes, para que compreendam o problema das drogas de maneira criativa, divertida e não proibitiva e/ou fiscalizatória.
Como etapa prospectiva, Priscilla conta que a ideia é tornar o jogo um material de pesquisa, e para que isso possa ocorrer, aguarda o feedback do comitê de ética, para que possa obter autorização para coletar dados de acompanhamento das aplicações já feitas com o jogo.
“Pesquisa é coisa séria, e com humanos, especialmente nessa faixa etária, precisamos agir com muita atenção e responsabilidade de forma a ter um impacto positivo sobre elas. Eles ainda estão com o cérebro em formação, a adolescência agora vai até os 25 anos! O cérebro é muito plástico e suscetível à modificações que vem do ambiente.”, explica a coordenadora.
Os resultados obtidos, até então, vem em forma de agradecimento dos alunos que participaram do jogo.
“Temos relato de uma aluna, de uma escola pública cercada por cinco comunidades, que nos disse que depois do contato com o jogo compreendeu o quanto é importante entender a ação das drogas no cérebro e que deseja cursar enfermagem na UFF, e criar, futuramente, um programa de conscientização na sua comunidade para alertar crianças, quando se graduar enfermeira”, compartilha Priscilla.
Como um material de inovação científica, o “Jogo Educativo Colaborativo sobre Drogas de Abuso: PANE – Encontre a saída” também serve como instrumento de divulgação do trabalho que pesquisadores, professores e alunos das universidades públicas são capazes de produzir, levando em conta as demandas da sociedade. Através das redes sociais, são divulgados conteúdos sobre Neurociência, relacionados às drogas e à cultura pop. Para saber mais, você pode visitar as páginas deles, no Facebook e Instagram.
Além disso, para conhecer mais sobre o “Jogo Educativo Colaborativo sobre Drogas de Abuso: PANE – Encontre a saída” assim como as demais experiências de Tecnologias Sociais da UFF, você também pode acessar o nosso catálogo, clicando aqui.