O Prêmio Lévi-Strauss é uma realização da ABA, a Associação Brasileira de Antropologia, que criou a premiação em homenagem à Claude Lévi-Strauss e sua contribuição para a área de Antropologia. O objetivo do prêmio é estimular novos estudantes e pesquisadores, que estejam no início de suas carreiras acadêmicas, e visibilizar produções originais e de alto nível acadêmico de alunos da graduação, premiando pôsteres e artigos.
Em sua VIII edição, o prêmio Lévi-Strauss foi diferente, tendo em vista a edição online na 32ª Reunião Brasileira de Antropologia, evento na qual ele acontece. Os pôsteres, comumente premiados, precisaram ser adaptados para vídeo-pôsteres.
Nessa categoria, foram premiados os 5 melhores vídeos. Um dos premiados foi Hugo Virgílio de Oliveira, bolsista da AGIR e graduando em Antropologia pela UFF, atualmente cursando em período de mobilidade acadêmica na Universidade de Brasília (UnB). Sob a orientação da professora doutora Lucía Eilbaum, o vídeo-pôster trata sobre o tema “Quem são os pesquisadores que nos pesquisam? O antropólogo e seus efeitos no trabalho de campo”. É possível assistir na íntegra aqui.
“É muito desafiador realizar essa pesquisa e ao mesmo tempo muito gratificante ser reconhecido por ela. Fico muito feliz pelo prêmio: é muito importante pensar a antropologia como é feita hoje e suas consequências em mundo globalizado e politizado.”
Hugo Virgilio, aluno de Antropologia da UFF.
Hugo Virgílio também já recebeu outro prêmio pela sua pesquisa: em 2019 no IX Seminário dos Alunos do PPGAS/Museu Nacional, da UFRJ foi um dos vencedores do II Prêmio Giralda Seyferth, que também contempla trabalhos de graduação.
A pesquisa trata sobre sua história com a antropologia que começa muito antes da matrícula na UFF. No contexto dos grandes eventos realizados no Rio de Janeiro, como Olimpíadas e Copa do Mundo, foram feitas dezenas de obras estruturais na cidade, especialmente na região portuária, desconsiderando a realidade dos moradores locais. Hugo e sua família, engajados na luta dos movimentos sociais por moradia, se mudam para uma ocupação no local e acabam se tornando interlocutores de uma pesquisa. Após todos esses acontecimentos, Hugo ingressa na faculdade de Antropologia, virando agora um pesquisador, interessado pelo fazer antropológico e as dificuldades do trabalho de campo.
Fonte: 32ª RBA