Os pilares da universidade pública são o ensino, pesquisa e extensão, fundamentais para uma formação de qualidade e que conecte o aluno e o professor ao desenvolvimento da ciência. Por meio de incentivos, torna-se possível aos estudantes aliar inovação ao desenvolvimento de projetos que valorizem diversas áreas do saber, incluindo a saúde pública, como é o caso do aplicativo Prev-IST. Neste aplicativo, criado por João Victor Manço Resende, aluno de Enfermagem da UFF, o objetivo é trazer informações confiáveis sobre educação sexual e prevenção à Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) de forma rápida, de fácil acesso e gratuita.
Para entender melhor sobre os bastidores dessa criação, que teve destaque na mídia, a Coordenação de Inovação e Tecnologias Sociais traz uma entrevista exclusiva com o Prof. Dr. Jorge Luiz Lima, professor de Saúde Coletiva, Políticas Públicas e Metodologia Científica, do Departamento Materno-Infantil e Psiquiatria da UFF. Além da orientação do projeto do aplicativo Prev-IST, o professor coordena quatro experiências do Catálogo de Tecnologias Sociais da UFF: Ciência & Saúde UFF, HPV-Quiz, Aplicativo Mentalpro e o Mental Fog App.
De acordo com o Prof. Dr. Jorge Luiz, a motivação para a criação do aplicativo Prev-IST nasce do engajamento dos alunos e professores do Ciência & Saúde UFF, canal no YouTube que é uma das experiências do Catálogo de Tecnologias Sociais da UFF, que funciona como uma rede colaborativa que se reúne semanalmente, de forma online, para debater e produzir conteúdos relacionados à saúde, com diversos produtos educativos e científicos desdobrados destes encontros, como treinamentos, artigos, folders e panfletos.
O Prev-IST surge, então, a partir destes encontros e dessa produção colaborativa de conhecimento e, principalmente, da iniciativa e do trabalho de conclusão de curso do aluno João Victor Manço Resende. O aplicativo nasce a várias mãos, por meio de testes e retestes das pessoas que compõem a rede colaborativa do Ciência & Saúde UFF, com base no que é preconizado pelo Ministério da Saúde sobre as ISTs, destaca o professor Jorge Luiz.
Sabemos que a divulgação é um dos itens mais importantes, e ao mesmo tempo difícil, quando se fala em projetos advindos da universidade pública, e que por vezes carecem de mais incentivos e recursos financeiros. O professor Jorge Luiz enfatiza que um ponto em comum em seus projetos, quando se fala em principais dificuldades, é:
“ (…) de recursos financeiros, para conseguir bancar uma boa publicidade para esse conteúdo, produzido pela universidade, alcançar o público-alvo de uma maneira mais eficiente e efetiva, para que esse conhecimento possa chegar até a comunidade. Uma das formas utilizadas por nós é ir nas escolas públicas divulgar esses materiais (projetos), participar de eventos científicos (…)”.
E vale ressaltar ainda, sobre essas experiências coordenadas pelo professor Jorge Luiz, da importância, atualmente, das mídias sociais para a divulgação e propagação do conhecimento científico, já que estamos em um mundo onde cada vez mais essa presença digital é requisitada e pode ser uma aliada para que o alcance chegue a outros estados do Brasil e, até mesmo, outros países.
O professor Jorge Luiz é o orientador de diversos projetos relacionados à saúde coletiva e saúde mental, inclusive com projeto premiado em 2021, no Prêmio UFF de Excelência em Inovação para o Desenvolvimento Social, o Aplicativo Mentalpro, tecnologia social que visa o auxílio ao profissional de saúde na identificação de transtornos mentais.
“O conhecimento científico, adaptado e levado até a sociedade, tem o potencial de ser absorvido e estimular novas formas de viver, melhorando a qualidade de vida das pessoas. E quando se fala em desenvolvimento social, é preciso que as pessoas estejam saudáveis, com energia e disposição. Nisso, entra a importância de se falar em saúde física e mental, em que vemos que há uma deficiência em se falar sobre o assunto com crianças e adolescentes, de falar sobre vacinação contra o HPV, sobre o que é a doença (…)”, acrescenta o professor Jorge Luiz, demonstrando que além de enfatizar a saúde mental, com o exemplo do aplicativo Mentalpro, a criação do aplicativo HPV-Quiz vem de uma demanda social que busca responder à sociedade, se comunicando com ela a partir dos meios mais eficazes, através das mídias sociais.
Para completar a nossa conversa, perguntamos ao professor Jorge Luiz quais dicas ele daria para alguém que tenha interesse em produzir e/ou desenvolver uma tecnologia social, que listamos abaixo:
1- Esteja próximo à comunidade e às suas demandas sociais, pratique a escuta, participe de oficinas, conheça o meio social e interaja;
2- Tenha as ferramentas adequadas para unir a escuta ao fazer;
3- Teste e reteste as suas ideias e projetos;
4- Adeque o desenvolvimento do projeto às necessidades sociais do público-alvo;
5- Faça o que pode com o que tem no momento, pois os projetos demandam tempo e recursos que muitas vezes podem ser escassos, às vezes é necessário adaptar-se.
E, por fim, para acompanhar o trabalho desenvolvido pelo Prof. Dr. Jorge Luiz e as experiências de tecnologia social da UFF, acesse:
www.youtube.com/c/CiênciaSaúdeUFF
www.youtube.com/c/EspaçoAbertoparaSaúdeUFF
https://www.instagram.com/espacoabertosaudeuff/
https://www.facebook.com/EspacoAbertoParaSaude
É importante que os projetos desenvolvidos pela universidade sejam destacados e divulgados na comunidade interna e mundo afora, para que possam servir ao seu propósito de desenvolvimento da sociedade. Se você é estudante, professor ou servidor da UFF, coordena ou faz parte de um projeto de tecnologia social, fique atento às nossas redes. Anualmente é aberta chamada pública para chamamento e registro de tecnologias sociais. Em breve traremos novidades!
Enquanto isso, conheça a última edição do Catálogo de Tecnologias Sociais da UFF, clicando aqui.