Laboratório Escolar de Pesquisa e Iniciação Científica incentiva jovens de escola pública a ingressar na universidade

jun 29, 2023Tecnologia Social

Criado em 2016, o Laboratório Escolar de Pesquisa e Iniciação Científica (LEPIC), vinculado ao Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (INCT-InEAC), é uma Tecnologia Social que promove a aproximação entre a universidade pública e as escolas públicas. Nesse sentido, para promover o fluxo de ideias e experiências entre os participantes, o LEPIC estimula a ida de professores, pesquisadores e graduandos às escolas públicas durante reuniões do projeto e eventos, bem como, por outro lado, a de alunos do ensino médio à universidade pública em seminários, palestras, defesas de TCC, dissertações e teses.

Os esforços do projeto pautam-se em: promover a pesquisa e a iniciação científica na escola pública; estimular que estudantes de ensino médio ingressem na universidade; articular parcerias entre a escola e a universidade pública; socializar os estudantes de ensino médio com metodologias próprias das ciências humanas, realizando pesquisas sobre suas realidades locais; popularizar a pesquisa científica fora do ambiente da universidade; ampliar as oportunidades de inclusão social de jovens e possibilitar a transformação de suas trajetórias; e aproximar o ambiente da universidade com a sociedade. A metodologia empregada inspirou-se no Núcleo Fluminense de Estudos e Pesquisas (NUFEP), criado pelo Prof. Roberto Kant de Lima.

As atividades ocorrem semanalmente no Colégio Estadual Santos Dias, localizado no bairro de Neves, em São Gonçalo, sob a coordenação do Prof. Dr. Marcos Veríssimo, pesquisador associado ao INCT-InEAC. O projeto conta com 25 bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), financiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em 2023, graças ao novo edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), mais quinze alunos poderão usufruir da experiência, reunindo um contingente significativo de jovens que recebem investimentos para desenvolverem atividades de iniciação à pesquisa.

O caráter de replicabilidade da Tecnologia Social é um fato comprovado a partir de experiências desenvolvidas por outros professores, como o Laboratório Mageense de Pesquisa Escolar do Joaquim (LAMPEJO), coordenado pela Profa. Gabriela Cuervo, e o Observatório de Estudos Antirracistas, com o Prof. Alexandre Magno. A tecnologia social também está sendo implementada no Programa de Administração de Conflitos PACon, mediante a parceria entre a prefeitura de Niterói e o Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados (PDPA) da UFF.

Segundo Marcos Veríssimo, o LEPIC é importante para a inserção mais qualificada dos alunos na faculdade, facilitando e aumentando o fluxo de ingresso; haja vista que os jovens se habituam ao ambiente ao estabelecerem uma rede de contato com pesquisadores nacionais e internacionais. O resultado das pesquisas dos estudantes é apresentado na Universidade Federal Fluminense (UFF), o que torna a experiência mais satisfatória não só aos professores, pesquisadores e alunos, mas também aos seus familiares em razão da entrega do certificado. Além disso, outro fator que aproxima os jovens estudantes à esfera acadêmica é a possibilidade de fazer parte de publicações, sendo autores de, por exemplo, um capítulo de um livro.

Os frutos do projeto são visíveis, seja a curto prazo, ao estimular o desejo dos alunos em ingressarem à faculdade, seja a médio prazo, ao ter estimulado jovens que estão na graduação e pensam em realizar um mestrado.

Para o futuro, a perspectiva de Marcos Veríssimo é continuar com o trabalho e aproximar ainda mais a universidade pública da escola pública, sempre com uma visão que priorize o fluxo de ideias entre professores da universidade e os alunos do ensino médio.

Para ficar por dentro de outras Tecnologias Sociais, acesso o Catálogo de Tecnologias Sociais.

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